Terceira dose de vacina da AstraZeneca aumenta significativamente anticorpos contra variante Ômicron, diz estudo

Anticorpos neutralizantes contra a variante aumentaram 2,7 vezes após dose de reforço do imunizante



Uma terceira dose da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 aumenta significativamente os níveis de anticorpos capazes de neutralizar a variante Ômicron do novo coronavírus. A descoberta consta em novo estudo realizado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade de Oxford. 

A pesquisa foi feita com 41 voluntários. Um mês após terem tomado a terceira dose do imunizante, eles apresentaram anticorpos contra a Ômicron em níveis semelhantes aos anticorpos que combatem as variantes Alfa e Delta depois da segunda dose. 

A infectologista Joana Darc Gonçalves destaca que após a descoberta de novas variantes é comum haver pesquisas em profusão para investigar se as vacinas existentes são ou não eficazes para proteção contra um determinado tipo de vírus. A especialista diz que, até o momento, os estudos trazem resultados positivos. 

“Tanto a AstraZeneca, como a Pfizer, Moderna e  outros centros de investigação estão avaliando essa questão da eficácia e, para nossa sorte, muitas têm demonstrado serem eficazes após a terceira dose, aumentando o número de anticorpos circulantes e evitando, assim, infecção e doença grave”, destaca. 

O estudo foi publicado em uma plataforma internacional de biologia e mostra que os anticorpos neutralizantes contra a variante aumentaram 2,7 vezes após a terceira dose da AstraZeneca. Os pesquisadores salientaram que “a campanha para fornecer doses de reforço deve adicionar considerável proteção contra a infecção pela Ômicron”. 

Para intensificar o combate à variante, o Ministério da Saúde já anunciou a redução de cinco para quatro meses do intervalo entre a segunda e a terceira dose da vacina contra a Covid-19. 

“É importante falar do reforço da terceira dose. Alguns países já estão iniciando essa campanha para vacinar toda a população já pensando nessa questão das variantes e das mutações”, destaca a infectologista. 

O que especialistas dizem sobre a Ômicron é que, embora se dissemine com mais facilidade, sendo altamente transmissível, ela é menos letal do que as demais variantes do novo coronavírus. Para Joana Darc, isso pode ser um indicativo promissor em relação à pandemia da Covid-19. 

“O que a gente tem visto até agora é que realmente ela produz menos mortalidade, menos complicações, menos hospitalizações e muita gente está na expectativa de que seja já um vírus atenuado e que, no futuro, talvez a gente nem precise de  vacina, caso esse vírus se torne dominante e seja realmente menos letal e agressivo. Isso seria o ideal pra gente. Mas ainda temos que aguardar as consequências dessa quantidade de pessoas que estão se infectando”, ressalta. 

A disseminação da Ômicron levou a uma nova onda de contaminações na Europa. A França, por exemplo, registrou 208 mil casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, recorde desde o início da pandemia. A Espanha, por sua vez, registrou cerca de 100 mil casos em um dia, mais que duplicando o recorde anterior. 

Fonte: Brasil 61

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