Brasil vai doar 10 milhões de vacinas contra Covid-19 para países de baixa renda

Comunicado foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na manhã desta segunda-feira (20)



O Ministério da Saúde vai doar 10 milhões de vacinas contra a Covid-19 a países de baixa renda, por meio da iniciativa do consórcio Covax Facility. A medida, que faz parte da cooperação humanitária internacional no enfrentamento à Covid-19, foi anunciada nesta segunda-feira (20) pelo ministro Marcelo Queiroga.

“Tenho imensa satisfação de sinalizar que iremos oferecer, nesse primeiro momento, 10 milhões de doses em doação por meio da iniciativa Covax Facility, com margem de alcançarmos até 30 milhões de doses de imunizantes doados àqueles em situação de maior vulnerabilidade”, informou Queiroga.

Segundo números do Our World In Data, da Universidade de Oxford, menos de 8% da população nos países mais pobres foi imunizada com ao menos uma dose. A lista com os países que irão receber a doação ainda não foi divulgada, mas será definida pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, incluindo nações da América Latina, do Caribe e da África.

O ministro afirmou que a iniciativa não vai afetar o Plano Nacional de Imunização (PNI) e que o país está com a situação de cobertura vacinal avançada contra a Covid-19. “Mais de 90% do público alvo está vacinado com a primeira dose. Mais de 80% da população vacinável está completamente imunizada. Com o avanço da vacinação foi possível reduzir em mais de 90% o número de óbitos e de casos de Covid-19, quando comparado ao pico da pandemia, em abril de 2021. Por isso, as doações a serem efetivadas pelo governo federal não comprometerão nossa bem-sucedida estratégia de imunização, incluindo a distribuição de doses de reforço para todos os públicos”, ressaltou.

O ministro interino das Relações Exteriores, embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, também estava presente no evento e destacou que o Brasil está trabalhando para ampliar e diversificar a produção de medicamentos e vacinas em escala mundial. “O recente surgimento da variante Ômicron veio nos mostrar o que sempre soubemos: a pandemia somente será superada quando todos os países tiverem as ferramentas necessárias para sua contenção em resposta. Ninguém está seguro até que todos estejam seguros”, finalizou.

Covax Facility

O Covax Facility é uma aliança internacional conduzida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), entre outras organizações, com o objetivo de acabar com a pandemia de modo rápido e seguro, investindo em pesquisa científica e produções em larga escala, além de garantir o acesso igualitário à imunização em todo o mundo. 

O programa foi lançado em abril de 2020 e mais de 150 países aderiram à iniciativa. A admissão do Brasil, assinada em 25 de setembro de 2020, inclui o acesso a 42,5 milhões de doses. 

Estão incluídas no consórcio Covax Facility as seguintes vacinas:  

  • PFIZER/BIONTECH 
  • ASTRAZENECA
  • JANSSEN 
  • MODERNA 
  • SINOPHARM
  • SINOVAC 

Na prática, as doses produzidas são divididas em três grupos: 

  • Países com autofinanciamento: são nações que possuem o poder econômico de comprar as vacinas já fabricadas. Atualmente, são 45 países participantes deste grupo, dentre eles Argentina, África do Sul, Brasil, Canadá, Croácia, Israel, Japão, Portugal, Reino Unido, dentre outros. Os participantes podem solicitar doses suficientes para vacinar de 10% a 50% de sua população, porém, nenhum território receberá doses suficientes para vacinar mais de 20% de sua população até que todos os integrantes do grupo de financiamento tenham recebido esta quantia.
  • Países de média e baixa renda: são nações que não possuem orçamento financeiro para custear a vacinação contra a Covid-19. Este instrumento visa apoiar, financeiramente, a participação de 92 países com economias de baixa e média renda, como Serra Leoa, Índia, Afeganistão, Bolívia, Haiti, Tunísia e outros. A distribuição das doses é feita pelo UNICEF.
  • Estoque reserva: uma pequena reserva de 5% do número total de doses disponíveis será mantida de lado para formar um estoque reserva para ajudar em pequenos surtos que podem ocorrer, e para apoiar organizações humanitárias.

Dados Covid-19

De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (20), o país registrou 2.094 novos casos e 70 óbitos por Covid-19. Desde o início da pandemia, mais de 22,2 milhões de brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus. Além disso, já são 20 casos registrados da variante Ômicron em território nacional.

O estado com a maior taxa de letalidade entre as 27 unidades da federação continua sendo o Rio de Janeiro, com 5,14%. O índice médio de letalidade do país está em 2,78%. 

Taxa de letalidade nos estados

  • RJ - 5,14%
  • SP - 3,48
  • AM - 3,19%
  • PE - 3,17%
  • MA - 2,80%
  • PA - 2,75%
  • AL - 2,64%
  • GO - 2,61%
  • CE - 2,60%
  • PR - 2,56%
  • MS - 2,56%
  • MG - 2,55%
  • MT - 2,50%
  • RS - 2,42%
  • RO - 2,37%
  • SE - 2,17%
  • PI - 2,17%
  • BA - 2,17%
  • DF - 2,14%
  • ES - 2,12%
  • AC - 2,09%
  • PB - 2,07%
  • RN - 1,96%
  • TO - 1,68%
  • SC - 1,63%
  • RR - 1,61%
  • AP - 1,59%

Os números têm como base o repasse de dados das Secretarias Estaduais de Saúde ao órgão. Acesse as informações sobre a Covid-19 no seu estado e município no portal brasil61.com/painelcovid

Fonte: Brasil 61

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