Cidade FM - INFORMATIVO 190 - ALERTA sobre tentativas de GOLPE em Tupaciguara

Golpe do falso sequestro e suas inúmeras vítimas

O telefone toca. O número não consta em sua agenda telefônica ou a chamada vem sem identificação. O horário de maior incidência varia entre 10h00 e 16h00.

O golpe é simples, funciona por tentativa e erro e vem causando prejuízos financeiros significativos as vítimas, porém seu maior impacto é psicológico, pois durante a sua aplicação a pessoa é atingida por altas descargas de adrenalina e em alguns casos o medo ou pânico se alastra de forma rápida e permanente mesmo após o fim do sinistro.

O golpe do falso sequestro é aplicado por todo Brasil e de forma exitosa.

Nossa emissora foi comunicada hoje (26/10), por ouvinte que teria recebido ligação informando sequestro de familiar.

Em contato com o Policial Militar Sgto Vilmar Fernandes, várias informações sobre o falso sequestro e outros golpes foram repassadas.

Enquanto prestávamos estes esclarecimentos à comunidade, nosso whatsapp ficou repleto de comunicados de incidências de outras tentativas do golpe na cidade.

Então, fiquem alertas!

Algumas informações importantes:

O criminoso escolhe números aleatórios e começa a busca pela vítima ideal. Pouco importa quantas ligações serão efetuadas ele tem tempo e paciência. Nas primeiras falas pelo tom de voz o roteiro é escolhido.

Caso perceba uma voz de uma pessoa madura irá falar rapidamente e com voz pouco clara “mãe, mãe fui sequestrada, fui sequestrada…” ou “pai, pai fui sequestrado, não liga para polícia faz o que mandarem”.

Caso escute uma voz que indique juventude a palavra “filho ou filha” vai ser pronunciada e em seguida a mesma pessoa passa a interpretar o papel do sequestrador e vem a proferir ameaças e listar as exigências. Toda fala da vítima fornece informações e instrumentaliza o diálogo do criminoso.

Objetivando, não permitir que a vítima consiga processar as informações com clareza e/ou localizar o seu parente (suposto sequestrado) a ligação não é interrompida ou vai sendo feita em intervalos curtos de um a dois minutos.

Para proporcionar maior sensação de realidade é comum que o golpe seja aplicado por mais de uma pessoa. Na maioria dos casos tais ações são praticadas por presidiários, com tempo livre suficiente para pensar calmamente como melhor construir sua dramatização.

Considerando que no Brasil, detentos tem acesso aos aparelhos de celular em diversos estabelecimentos prisionais e pouco vem sendo feito para coibir seu uso, este tipo de delito continua sendo praticado com raras ações repressivas.

No momento do diálogo um valor teste é dito de forma aleatória com o intuito de perceber a capacidade financeira da vítima. Por isso o horário indicado no início do texto é o preferido, pois as agências bancárias estão em pleno funcionamento e o saque direto no caixa ultrapassa os limites dos caixas eletrônicos.

Considerando que o golpe pode ser elaborado com inúmeras variantes, a mais perigosa ocorre quando implica saque em dinheiro e a orientação de deixar o resgate em algum lugar, tal prática indica que os autores são da mesma cidade da vítima ou tem comparsas na mesma localidade, o que torna a situação mais delicada caso a pessoa não perceba a farsa em sua fase inicial.

A forma mais comum de condução da negociação passa por determinar que as vítimas efetuem depósitos ou transferências bancárias. Em um ambiente de segurança pública eficiente e organizado seria possível rastrear as contas receptoras do dinheiro e assim conseguir chegar até o autor e construir as devidas ações jurídicas, além de impedir outros crimes.

Lembrando apenas que o sucesso em um falso sequestro se torna um estimulo para a continuidade de novas ações, sem contar que passa a ser replicado por outros criminosos que percebem o potencial de lucro em tal empreendimento e a diminuta repressão policial.

Quem recebe a ligação suspeita, precisa manter a calma.

Escutar muito e falar quase nada, ser monossilábico.

Utilizar um nome fictício para seu parente e observar se o golpista passa a repetir esse nome como se estivesse com alguém em seu poder.

Mesmo que ele saiba o nome de algum parente e acerte de primeira, tal fato não significa que ele esteja com a pessoa.

Utilizar nomes comuns é uma prática estratégica neste tipo de “negócio”, por um motivo bem simples, todos nós conhecemos algum; João, José, Antônio, Maria ou Ana e o criminoso sabe disso.

Quando receber esse tipo de ligação, a prudência recomenda não fazer nenhuma promessa, não combinar nenhum pagamento.

Caso fique com medo ou desconfie que pode ser verdade e que seja um filho ou um parente próximo em poder de criminosos, procure alertar alguém que esteja perto, faça sinal ou encontre alguma forma de escrever e peça para te levar imediatamente para uma delegacia.

Se tiver um pouco mais de segurança, desliga o celular e finge que caiu a ligação e vai para a delegacia.

No caso das ações praticadas pelos golpistas o alvo é aleatório e diante do fracasso partem em busca de pessoas que podem ser enganadas.

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